Olá! Antes de contar a minha história eu vou falar um pouquinho sobre mim,
certo? Ok.
Agora eu tenho 18 anos, mas quando isso aconteceu, eu tinha onze, ou alguma
coisa perto disso, talvez mais velha. Mas não importa a idade que eu tinha, eu
me lembro como se tivesse acabado de acontecer. Bem, o que eu vou escrever
agora, não foi escrito para impressionar ninguém, mas é simplesmente o que
REALMENTE aconteceu. Se você acredita ou não, não me importa muito. Mas eu sei
que alguns de vocês acreditaram =).
A minha família, minha mãe, meu irmão e minha irmã mais novos e eu, estávamos
morando com os meus avós já fazia alguns anos. Nós tínhamos saído da nossa
antiga casa por causa de uma terrível infestação de ratos que não importava que
tipo de veneno (a minha mãe tentou coisa MUITO forte) você colocava, não
adiantava, cada vez tinha mais rato em casa.
A minha mãe, que sempre quis ter uma casa dela para ela decorar e arrumar do
jeito que ela quisesse, procurou, procurou e procurou. Ela nunca achou nada que
servisse, ou estavam muito caras ou não eram grande o suficiente para todos nós
ou estavam caindo aos pedaços. Finalmente ela achou o que queria, uma casa com
espaço o suficiente para todos nós e a um preço bem acessível.
Ela pagou a entrada na casa e estava feliz da vida por ter arranjado uma casa
própria. A casa estava realmente impecável, mas por algum motivo só nós
queríamos ela, ninguém mais mostrou muito interesse.
Depois que todos nos mudamos para lá, sendo as crianças curiosas que nós éramos,
nós perguntamos porque estava tão barata. Ela simplesmente respondeu com toda a
ingenuidade e honestidade do mundo "Foi barata por que o antigo dono que morava
aqui morreu nela."
Nenhum de nós acreditava em fantasmas, e do que ele tinha morrido ninguém sabia.
Então parecia apenas que era sorte nossa.
Nós fizemos amizade com as crianças da área, e tivemos muitas aventuras de
crianças, geralmente indo aonde não devíamos ir, achando que éramos algum tipo
de grande aventureiro. Demorou uns dois ou três anos até que as coisas estranhas
começaram a acontecer. Eram coisas pequenas que as vezes até passavam
desapercebidas, mas estranhas.
Todos os armários da cozinha abriam sozinho e se fechavam, e faziam isso o tempo
inteiro. Não era rápido e violento feito nos filmes de terror, mas faziam isso
bem devagar, como se já estivessem velhos demais para ficarem quietos. Então a
minha mãe chamou um marceneiro para consertar os armários, mas ele falou que não
tinha nada de errado com eles. Então co mo tempo nós simplesmente passamos a
ignorar isso e convivíamos com eles fazendo isso numa boa, nunca pensando que
poderia ter um fantasma lá fazendo isso.
Então a porta da frente começou a fazer isso. Nós víamos a maçaneta girar e a
porta abria. Nós pensamos que a maçaneta podia estar quebrada, e ela não fazia
isso quando a porta estava trancada, então acabamos ignorando isso também. Esse
fantasma devia estar bem irritado com a nossa ignorância em perceber ele, mas
ele continuou tentando.
A porta do quarto do meu irmão mais novo fazia a mesma coisa, e ele tinha uns 6
anos, então isso acabou assustando ele. Ele achou que o bicho papão queria pegar
ele. As portas que mais faziam isso era a porta do quarto da minha mãe, a porta
do quarto do meu irmão e a porta do banheiro.
Mas apesar de tudo isso nós levávamos uma vida normal, com os nossos armários e
as nossas portas que abriam e fechávamos tempo todo. Então coisas mais
assustadoras começaram a acontecer. Eu me lembro de estar dormindo no quarto da
minha irmã, na cama de baixo do beliche dela, e acordei com a minha mãe
gritando. Eu pulei da cama, acordei a minha irmã e então nós duas fomos pegar o
meu irmão e falamos para ele vir junto com a gente. Quando nós três chegamos no
quarto da minha no quarto dela, o namorado dela, que vira e mexe passava um
tempo com a gente, estava parado na porta perguntando para ela o que estava
acontecendo. A minha mãe estava sentada na cama, gritando, "TEM UM HOMEM AQUI EM
CASA!!! VAI PEGAR ELE MARCOS!!! ELE QUER MATAR OS MEU FILHOS!!!" Então ela ficou
quieta e olhou para o pé da cama dela com uma expressão estranha na cara. "Aonde
você viu ele?" o Marcos, namorado dela, perguntou "Ele estava no pé da minha
cama, e estava tentando falar comigo, mas ai eu comecei a gritar e a jogar
coisas nele. Mas...nada acertava ele, e então ele...ele...sumiu!". O Marcos
olhou para a cara dela e falou que ela estava ficando louca. Eu falei para ela
que ela devia estar tendo um pesadelo, e que não era nada de mais e ela
concordou comigo. Mas na verdade, eu acreditei nela, só tinha falado aquilo para
acalmar os ânimos. Na manhã seguinte eu perguntei para ela como o homem que ela
tinha visto se parecia. Ela não falou, e se recusava a falar sobre o assunto, e
eu achei que isso era muito estranho, mas na hora eu nem tinha imaginado que
podia ser o antigo dono da casa que ela tinha visto.
Alguns dias depois o telefone tocou e eu atendi, mas ninguém falava do outro
lado. A única coisa que eu ouvia era a respiração da pessoa.
"Uhm, alo???" só respiração
"Quem é??? Você quer falar com a minha mãe?" eu perguntei.
A respiração foi ficando mais alta, e quem quer que fosse, desligou. A minha mãe
estava no banho e perguntou quem era e u falei o que tinha acontecido. Ela falou
para os meus irmão e eu não atendermos o telefone, e perguntou para alguns
vizinhos se eles tinham visto alguém seguindo os filhos dela. (a minha mãe é bem
paranóica quando se trata da gente.)
O telefone continuou tocando por mais algum tempo e finalmente a minha mãe
perdeu o controle, e começou a gritar e a xingar no telefone, ameaçando chamar a
polícia.
Dois dias se passaram sem o telefone tocar, mas então alguém bateu na porta de
casa. A minha mãe perguntou quem era, mas no teve resposta nenhuma. Então ela
abriu a porta. Era um cara com cabelos loiros começando a ficar brancos e olhos
azuis, com uma camisa branca e uma calça marrom. "Onde está o João?" ele
perguntou enquanto espiava dentro de casa.
"Não mora ninguém aqui com esse nome. Você está na casa errada." A minha mãe ia
fechando a porta, mas ele segurou a porta aberta com a mão.
"Essa é a casa certa." ele falou firmemente, mas de um jeito educado. Eu sei
disso porque eu estava perto da porta vendo tudo.
"se você não for embora agora eu vou chamar a polícia!" a minha mãe alou. O
homem simplesmente empurrou a porta, com firmeza, mas educadamente, até ter
espaço para ele colocar a cabeça para dentro de casa, e então ele começou a
gritar "João? Cadê você? João? Eu sei que você está ai! João?"
A minha mãe ficou furiosa com isso. Ela empurrou ele com tudo, e ele caiu no
chão sentado, e então ela bateu a porta com violência e trancou ela.
"João não era o nome do cara que morava aqui antes da gente? Você devia ter
falado que ele morreu." eu falei. "É, o nome do homem era João, e eu não sei
como esse cara sabia o nome dele...mas eu acho que ele era um ladrão que queria
roubar a gente. Mas você não precisa se preocupar com isso." Ela me fez um
carinho e continuou lavando a louça. Eu sai de casa pela porta de trás, e
devagar eu fui até a porta da cozinha, mas não tinha ninguém lá, nem no chão e
nem sinal de que passou alguém por lá.
Eu falei para o meu irmão mais novo e um amigo nosso, e nós três ficamos no
balanço dele tentando desvendar esse mistério.
Depois disso as ligações começaram de novo.
Então numa noite aconteceu o que me fez começar a acreditar em fantasmas.
Eu estava dormindo, mas então do nada, eu acordei, e parado no meio do meu
quarto, tinha um homem. Ele era alto e estava vestindo um terno, como um
advogado. O cabelo dele era completamente preto e era bem curto, e os seus olhos
eram Bem azuis. Eu podia ver ele claramente, como se ele estivesse no sol,
apesar de já ter passado da meia noite e o meu quarto estar escuro feito uma
caverna. Eu ainda não pensava que era um fantasma, o meu primeiro pensamento foi
"MEU DEUS, UM LADRÃO!!!" Eu tentei gritar, mas a minha voz não saiu, e tudo o
que eu podia fazer era ficar sentada lá olhando ele. Ele sorriu para mim e
estendeu a mão direita dele, e falou (a voz dele parecia a de uma pessoal
normal) "Não precisa ter medo, eu não vou machucar você."
É meio estranho, mas eu fiquei mais calma depois que ele falou isso, apesar da
minha voz ainda estar falhando.
"Eu sou o João! Qual o seu nome?"
Como se ele tivesse o controle da minha voz, eu consegui falar de novo, mas era
baixa e calma.
"Meu nome é Ana..."
Ele sorriu mais ainda, e então... desapareceu! Em um momento ele estava lá, e no
seguinte não estava mais. Ele tinha sumido no piscar de um olho.
Na hora eu recuperei a minha força e a minha voz, e então eu sai da cama e
estendi a mão, tateando o ar onde o homem estava. Eu procurei pelo corredor,
pela sala, pelos quartos, pela casa inteira e não tinha mais ninguém lá. Agora
eu tinha 100% de certeza que eu tinha visto um fantasma, e eu tinha certeza que
era a mesma coisa que a minha mãe tinha visto do lado da cama dela. Então, no
meio da noite, eu fui até o quarto dela e expliquei o que tinha acontecido.
"Me fala como o homem que você viu se parecia." Eu fiz ela me contar antes que
eu dissesse o que eu tinha visto. E adivinha o que? Ela descreveu exatamente o
homem que eu tinha visto. Eu perguntei se era o João, e ela fez que sim com a
cabeça.
E essa é a minha história. Eu sei que não é nada muito maravilhoso, assustador
ou interessante. Mas aconteceu de verdade. E porque ele resolveu se mostrar para
mim? Eu não tenho idéia. Vai ver que era por que de todas as criança eu era a
única que pensava que fantasmas era algo inventado pelo meu avô para me
assustar.
Eu já passei por um outro encontro, mas essa é outra história...
Ana - Nova Odessa - S.P.